quinta-feira, 23 de julho de 2009

Simpósio de Logística discute ações para melhorar gestão ambiental e diminuir custo do transporte

Especialistas em proteção ambiental ressaltaram nesta quarta-feira (22), na abertura do I Simpósio de Logística Portuária e Meio Ambiente, a importância da criação de novos modelos de gestão ambiental e da adoção de políticas estratégicas que diminuam o custo do transporte da produção. O evento foi realizado no Espaço das Américas, em Foz do Iguaçú, e integra a I Convenção Hemisférica de Proteção Ambiental Portuária, promovido pela Organização dos Estados Americanos (OEA) em parceria com o Porto de Paranaguá.

De acordo com o mestre em proteção ambiental da Universidade de São Paulo (USP) e diretor de operações da Alpina Briggs, Dante Pozzi Neto, o Porto de Paranaguá é um dos pioneiros no fomento de políticas e diretrizes em gestão ambiental. " O modelo de gestão adotado no Paraná visa harmonizar a atividade portuária com as diretrizes ambientais, garantindo a conformidade legal de todas as operações desenvolvidas no ambiente portuário. O modelo pretende integrar as comunidades do entorno, levando mais conhecimento sócio ambiental estas comunidades à população", explicou.

"O principal benefício destes trabalhos de gestão, coordenados pela Alpina Briggs, é a melhoria da qualidade ambiental da poligonal portuária. Isso envolve o gerenciamento de resíduos, o controle de pragas, zoonoses e atendimentos emergenciais ambientais. Este é o principal ganho. Para a comunidade, estas melhorias serão vistas a médio e longo prazo. Temos projeto de socioeducação junto às comunidades da região e de cursos profissionalizantes, que vão permitir trabalhar mais diretamente na proteção ambiental", frizou Pozzi Neto.

O secretário de estado do Meio Ambiente, Rasca Rodrigues, destacou a importância da integração de ações ambientais na área portuária. "80% do que é produzido no mundo é transportado pelos mares. Os problemas ambientais são muitos, envolvem uma série de questões nacionais e internacionais. É preciso pensar em soluções a longo prazo. Em um acidente ambiental, por exemplo, é fundamental uma organização rápida por parte das autoridades", disse o secretário.

Rasca afirmou que o dinamismo e o crescimento constante do Porto faz com que o foco seja estendido do mercado financeiro ao meio ambiente. "Em 2007 o governo do Paraná o Centro Integrado de Operaçõs Ambientais, que monitora diariamente o litoral. Estamos realizando simulações de vazamentos de óleo, para que se um dia isso aconteça não sejamos surpreendidos. Foi criado um grupo de trabalho para definir o modelo de dragagem do Canal da Calheta, o único acesso marítimo de navios aos portos".

TRANSPORTES - O presidente da Ferroeste, Samuel Gomes, frizou a necessidade de diminuir o consumo de energia no transporte. "A ferrovia entra nesta política de sustentabilidade e gestão ambiental que o Governo do Paraná busca. No Brasil foram adotadas medidas paliativas, que não resolverão o problema do gargalo logístico. A ferrovia, além de consumir cinco vezes menos energia, transporta pelos menos o triplo da quantidade de carga que um caminhão", disse.

Segundo Gomes, a redução das tarifas de transporte promovida pela construção de ferrovias expande o processo de industrialização para o interior do estado e estimula o desenvolvimento de regiões de baixo Índice de Desesnvolvimento Humano. "O Paraná fez um esforço que nenhum outro estado do Brasil fez, visando o desenvolvimento do interior do estado, o oeste e desenvolver o transporte", falou.

"O governador Roberto Requião sabe que a construção de ferrovias é uma medida que trará resultados a longo prazo. Aqui, hoje, dizemos não ao monopólio privado. As ferrovias não devem estar sujeitas a empresas privadas, é fundamental a preservação da ferrovia pública", completou o presidente da Ferroeste, Samuel Gomes.

SIMPÓSIO - O evento reuniu até quinta-feira (23) especialistas e estudantes universitários em discussões sobre a importância regional dos portos paranaenses no desenvolvimento do estado, a gestão integrada de bacias costeiras, reciclagem de resíduos, planos de contingência para acidentes com petroquímicos e a responsabilidade socioambiental das organizações portuárias. A organização é dos departamentos de Administração e Ciências Biológicas da Faculdade Estadual de Filosofia, Ciências e Letras de Paranaguá (Unespar/Fafipar).

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