A previsão é de crescimento no mercado de logística em 2012, com
faturamento que deve chegar a quase R$ 450 bilhões este ano. Empresários
investem no setor de prestação de serviços para grandes empresas e
geram negócios lucrativos.
Com um leva e traz de mercadorias, o empresário Roberto Dexheimer
fatura alto. Há três anos, ele encontrou no mercado de logística uma
grande oportunidade de negócio e criou uma empresa, na capital paulista.
No espaço, ficam armazenados diversos tipos de produtos, de vestuário a
utilidades domésticas e peças decorativas. O começo foi numa grande
rede de supermercados.
“Contratamos 51 funcionários para fazer a operação de intralogística
dentro das instalações de nossos clientes. E aí a empresa começou a
crescer e a gente sentiu a necessidade de montar um armazém”, explica o
empresário.
Hoje a empresa tem 300 funcionários, que trabalham numa área de 3 mil
metros quadrados. Além da armazenagem dos produtos, é feita a
distribuição logística para clientes espalhados por todo Estado de São
Paulo.
E uma dica para quem quer trabalhar no setor é que o serviço costuma
ser contratado por redes de supermercados, varejistas e indústrias.
“Eles preferem manter o espaço que eles têm como espaço produtivo,
espaço industrial, já que a armazenagem é considerada improdutiva para
ele. Então há necessidade de terceirizar essa operação”, diz Dexheimer.
Os serviços começam com o recebimento das mercadorias. Em um galpão
tudo é checado e separado por cliente. Depois, os produtos embalados e
etiquetados seguem para a expedição. O transporte de mercadorias é feito
com uma frota de oito caminhões.
O investimento para montar toda a estrutura foi pesado: R$ 1,5 milhão. Mas o faturamento é alto: R$ 8 milhões por ano.
Carlos Porto terceiriza a logística para a empresa dele. Dono de uma
importadora de utilidades domésticas, ele usa o serviço para a
distribuição das mercadorias para lojas e supermercados.
Com isso, ele gasta cerca de R$ 4 mil por mês. “A empresa ficou com
mais tempo para as vendas, que é o nosso negócio hoje. E a parte
operacional, relacionada com a parte de a armazenagem, ficou com a
empresa terceirizada”, explica.
Logística reversaE
o empresário Adalberto Panzan se especializou na chamada logística
reversa. A empresa dele projeta crescimento e bons lucros para 2012. Ele
transporta, separa e destina resíduos, mas no sentido contrário: do
consumidor final para as indústrias.
A empresa coleta pilhas, baterias, cartuchos de impressora, lâmpadas e
sucatas de computador. Tudo é encaminhado para recicladoras
especializadas. O negócio começou pequeno: em uma salinha de 50 metros
quadrados e com um investimento de R$ 100 mil.
Em uma área de 1.300 metros quadrados ficam os produtos que são
coletados em mais de 3 mil pontos espalhados por todo o país. É a etapa
intermediária de toda a operação logística. Quando o material chega até
ao local, é separado em baias para depois ser transportado para a
reciclagem, que é a destinação final.
O transporte é feito por carros próprios e terceirizados. Tudo segue
encaixotado em embalagens para evitar contaminação de resíduos.
“Uma das principais demandas da nossa operação é que nós temos
rastreabilidade disso tudo, ou seja, que nós saibamos de onde está vindo
aquela pilha e para onde ela vai. Então isso envolve não só informação,
mas também documentação para certificar isso”, diz o empresário.
A coleta é feita em escolas, empresas, hospitais e hotéis. Nesses
pontos são instalados coletores para que as pessoas possam depositar os
resíduos para a reciclagem. Em um hotel, a coleta de pilhas é feita há
dois anos. O estabelecimento paga R$ 180 por mês pela retirada do
material.
“Nós vimos a necessidade, como o hotel consome muita pilha (...), pela
sustentabilidade, meio ambiente e pelo fato de a pilha soltar um
material que é muito danoso para o meio ambiente”, diz John Rudy,
supervisor de serviços do hotel.
O mercado de logística segue em expansão. Fatura R$ 400 bilhões por ano
e a previsão para 2012 é de que aumente para R$ 430 bilhões.
“Desde esses períodos pós crise, as empresas começam a mexer bastante
em relação a revisar seus processos logísticos, reduzir custos, otimizar
suas cadeias de produção, então isso gera uma demanda muito grande para
operadores logísticos, profissionais de logística de um modo geral”,
diz Mauro Henrique Pereira, da Associação Brasileira de Logística.
Fonte: PEGN - 11/03/2012
domingo, 11 de março de 2012
Plano Nacional de Logística Portuária dará impulso à cabotagem
A navegação de cabotagem (troca de mercadorias entre portos) no
Brasil foi bastante forte em outros tempos e enfraqueceu-se nos anos 70 e
80, devido à falta de investimentos e à intolerância a atrasos na época
da alta inflação. Nos últimos anos, ensaia um retomada, inclusive com a
chegada de novos players ao mercado.
Mas, para crescer ainda mais, além dos 13% de participação na movimentação de cargas no Brasil, e tornar menos rodoviária a matriz de transporte brasileira, a cabotagem precisa de um empurrão. É necessário algo que reduza distorções, como o envio de geladeiras de Santa Catarina para o Norte do País em caminhões, mesmo com a existência de 8.500 quilômetros de águas costeiras navegáveis. E, na visão do ministro dos Portos, José Leônidas Cristino, a chave está na nova versão do Plano Nacional de Logística Portuária (PNLP), que será concluída nos próximos 15 dias.
“É uma radiografia de tudo que está acontecendo, que deveremos projetar para os próximos 20 anos do sistema portuário nacional. Com isso, vamos ter toda a consistência para planejar”, disse, explicando que o transporte de cargas por cabotagem é parte deste plano.
Mas, para crescer ainda mais, além dos 13% de participação na movimentação de cargas no Brasil, e tornar menos rodoviária a matriz de transporte brasileira, a cabotagem precisa de um empurrão. É necessário algo que reduza distorções, como o envio de geladeiras de Santa Catarina para o Norte do País em caminhões, mesmo com a existência de 8.500 quilômetros de águas costeiras navegáveis. E, na visão do ministro dos Portos, José Leônidas Cristino, a chave está na nova versão do Plano Nacional de Logística Portuária (PNLP), que será concluída nos próximos 15 dias.
“É uma radiografia de tudo que está acontecendo, que deveremos projetar para os próximos 20 anos do sistema portuário nacional. Com isso, vamos ter toda a consistência para planejar”, disse, explicando que o transporte de cargas por cabotagem é parte deste plano.
Navegação de cabotagem responde atualmente por 13% das movimentações de mercadorias no Brasil
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